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O Novembro Azul e a Saúde do Homem

Por Dr. Marcos Lyra Kaddoum

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27 de novembro de 2017

O câncer de próstata é o câncer sólido mais comum nos homens, sendo a segunda causa de morte por câncer nos brasileiros. Em 2016, estima-se que 61.200 homens foram diagnosticados com câncer de próstata no país. O estado do Espírito Santo tem uma das maiores incidências da doença no país. Aqui, o câncer de próstata é o câncer sólido mais comum, com 1.180 casos estimados no ano passado, estando a frente até mesmo do câncer de mama que acomete as mulheres.

 

 

 

 

Infelizmente, cerca de 20% dos pacientes diagnosticados com câncer de próstata já estão em estágio avançado da doença, o que acarreta importante diminuição na chance de cura. Atualmente, 25% morrem em consequência da doença. Quando detectado precocemente, tem chance de cura em 95% dos casos. Sua incidência é maior em pardos e negros, em pessoas cujos familiares tiveram câncer de próstata e nos obesos. Tabagismo, etilismo e consumo excessivo de gordura e carnes vermelhas também podem ser fatores que predispõe ao câncer de próstata.

Atualmente, o rastreio nos homens é feito de forma efetiva através do exame de sangue chamado PSA e do exame digital da próstata, o tão falado toque retal. Não é necessário o uso de ultrassonografia ou ressonância magnética de rotina na fase de rastreio. Nesse estágio, cada paciente deve ser tratado de forma individualizada, de acordo com fatores de risco, história familiar e hábitos de vida. No caso de suspeita, o médico e paciente deverão decidir em conjunto o próximo passo: caso exista uma alta suspeição de câncer, a biópsia de próstata deve ser realizada.

Até hoje, vemos muitos homens evitarem a consulta com o urologista, por vergonha de se submeterem ao exame físico digital da próstata. Os argumentos são muitos: “Não sinto nada”; “Urino muito bem”; “Me alimento bem”; “Meu pai nunca fez e não teve problema”; “Tenho vergonha”… Mas a desculpa mais comum ainda é: “Meu PSA está normal, então não preciso fazer o exame da próstata”. Por incrível que pareça, ainda hoje muitas pessoas, inclusive médicos de outras especialidades, acreditam que somente a dosagem de PSA seja suficiente para rastrear as doenças da próstata. Não é!

Infelizmente, um exame de PSA normal, não exclui a possibilidade de câncer e nem de outras doenças relacionadas a próstata. Muito pelo contrário: o câncer de próstata diagnosticado durante o exame físico em pacientes com PSA baixo costuma ser mais agressivo do que aqueles que tem alterações mais significativas de PSA. O exame físico da próstata permite ao médico detectar alterações na forma, tamanho, consistência e a presença de tumores que talvez ainda não estejam causando alteração do exame de sangue.

Além disso, é natural que a próstata de todos os homens cresça ao longo de sua vida, trazendo problemas para urinar que normalmente estão relacionados à perda de força do jato urinário, jato urinário entrecortado e um esvaziamento incompleto da bexiga. Essas alterações normalmente não estão associadas ao câncer de próstata, mas precisam ser tratadas o mais precoce possível, pois a longo prazo podem trazer problemas sérios para o homem, como a necessidade de uso de sonda urinária vesical e até mesmo insuficiência renal.

O médico Urologista é capacitado para praticar a medicina preventiva e ajudar o paciente do sexo masculino a prevenir e rastrear doenças relacionadas a todos os órgãos. A consulta com o especialista deve iniciar na infância, e ser realizada com frequência ao longo de toda a vida de todos os homens. De um modo geral, os homens devem iniciar o rastreio de câncer de próstata aos 50 anos de idade. Aos 40 anos de idade, todo homem deve procurar seu médico urologista, que irá nessa avaliação indicar o momento ideal para início e a frequência com que deve ser realizado o rastreio de câncer de próstata, após investigar possíveis fatores de risco.

O Novembro Azul é o mês de conscientização da população quanto a importância do homem realizar acompanhamento regular junto ao seu médico Urologista, com a finalidade de diagnosticar precocemente problemas e doenças que venham afetar a saúde do homem de um modo geral. A ênfase dada ao câncer de próstata neste mês é devido tratar-se ainda de uma doença com alta incidência e mortalidade, onde existe grande preconceito por parte de muitos homens, que deixam de consultar com o médico urologista devido medo, tabus e vergonha. Converse com seu pai, seu tio, seu colega de trabalho. Não deixe que o preconceito e a vergonha atrasem o diagnóstico de doenças que podem ser facilmente tratadas e curadas em nosso meio.

Bibliografia:
INCA – Instituto Nacional do Câncer – Estimativa 2016
http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/