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Fisioterapeuta explica tratamento de pacientes pós-covid

Por Samanta Machado

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14 de julho de 2021

A Fisioterapia é uma ciência da Saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas.

O objetivo da Fisioterapia é oferecer qualidade de vida às pessoas, por meio da prevenção e reabilitação. O tratamento fisioterapêutico é realizado pelo âmbito respiratório, motor e assistência à Ventilação Mecânica, e, busca associar a educação do paciente em relação à fisiopatologia, incentivando o mesmo aderir ao tratamento.

Na Santa Casa de Misericórdia Cachoeiro, o Serviço de Fisioterapia parte da premissa de atuar com atendimentos humanizados, através de conhecimentos técnico-científicos atualizados e individualizados.

O propósito da reabilitação para os pacientes pós Covid está em reduzir o cansaço e a fadiga muscular, intervindo em possíveis sequelas respiratórias e/ou motoras.

Desta maneira, realizamos exercícios respiratórios, motores e orientações, de forma gradativa, de acordo com a avaliação diária dos pacientes. Utilizamos recursos para estimular a respiração e movimentos, através de: frascos adaptados com água, bolas, halteres, faixas elásticas, passeios no pátio e nos jardins do hospital, além de realizar a Ventilação Não Invasiva (VNI) muito comentada atualmente.

A VNI é o “carro-chefe” para a reabilitação pulmonar, principalmente nos casos de pós Covid, naqueles que ainda mantêm a utilização de oxigênio complementar. Essa ventilação promove melhora nas trocas gasosas e no padrão ventilatório, reduzindo o trabalho respiratório, aumentando a expansibilidade dos pulmões, diminuindo ou retirando a utilização do oxigênio complementar, e, com isso, auxiliando de forma grandiosa no processo de alta hospitalar.

Para ilustrar, vou contar sobre um atendimento de um paciente Y. O paciente Y encontrava-se bem debilitado, internado aproximadamente há 50 dias e restrito ao leito em mais da metade desses dias, com dependência de oxigênio e sem perspectivas de grandes melhoras. A reabilitação foi realizada de forma a explorar o máximo do paciente em cada dia avaliado, com expectativas positivas, mesmo o quadro não sendo o que se esperava. Quando eu chegava no quarto, demonstrava a energia que ele e a família precisava para o paciente apresentar melhoras.

Como o paciente estava restrito ao leito, fui aumentando os exercícios gradativamente na tentativa de reduzir o oxigênio. Realizava a VNI associada aos exercícios, de acordo com o que ele conseguia. Com o passar dos dias de atendimento, o paciente já conseguia sair do leito para sentar na poltrona. Esse foi um gatilho importante para que ele percebesse sua melhora de forma mais significativa. Já conseguia respirar com pouco oxigênio ofertado, e, por fim, sem esse auxílio. O paciente Y foi para casa andando e sem nenhum esforço respiratório.

“Para mim, ver um paciente evoluindo dessa maneira, foi maravilhoso e extraordinário! Montar um plano de tratamento, e, se surpreender com os resultados, junto com a família, é a maior e melhor recompensa para um fisioterapeuta”.